Agência científica federal recomenda métodos mais consistentes de secagem do cânhamo para precisão em testes laboratoriais
Atualizado: 31 maio, 2025 13:14 <p>Um novo <a target="_blank" rel="noopener noreferrer" href="https://www.nist.gov/programs-projects/nist-tools-cannabis-laboratory-quality-assurance">relatório</a> do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST), agência científica dos Estados Unidos, analisa os padrões de umidade e métodos de secagem do cânhamo. O estudo faz parte do Programa de Garantia de Qualidade de Laboratório de Cannabis (CannaQAP), criado para auxiliar laboratórios a garantirem precisão e exatidão nos testes de produtos à base de cannabis.</p><p>Publicado no final de abril, o relatório de 29 páginas aponta variações significativas nos níveis de umidade entre instalações que utilizam diferentes abordagens de secagem. Segundo o NIST, os resultados ressaltam "a necessidade de métodos consistentes de secagem do cânhamo para medições precisas".</p><p>O CannaQAP, iniciado em 2020 após a legalização federal do cânhamo pela Lei Agrícola de 2018, é dividido em três fases:</p><p><strong>Exercício 1:</strong> Focado na medição da concentração de até 17 canabinoides diferentes em óleos de cânhamo. O relatório foi publicado em meados de 2021.</p><p><strong>Exercício 2:</strong> Concluído em 2024, avaliou amostras de plantas de cannabis secas, incluindo testes de canabinoides, teor de umidade e 13 elementos tóxicos.</p><p><strong>Exercício 3:</strong> O relatório atual marca o início desta fase, com foco inicial na análise da umidade. Ainda estão previstos novos relatórios sobre canabinoides e contaminantes nesta etapa, com previsão de publicação até o final de 2026.</p><p> </p><h2>Resultados do novo estudo</h2><p><br>A nova análise foi realizada com a participação de 89 laboratórios, que receberam a mesma amostra vegetal e foram instruídos a medir seu teor de umidade. Apenas 20% relataram valores dentro da meta estabelecida pelo NIST. A média geral ficou cerca de 2% acima do nível desejado.</p><p>Diversos métodos de análise foram utilizados. Segundo o relatório, "a maioria dos laboratórios cujos resultados ficaram dentro da faixa-alvo usaram análise termogravimétrica ou selecionaram 'outro' como método". O termo "Outro" foi, inclusive, o mais citado: 29 laboratórios disseram usar técnicas não listadas. A análise termogravimétrica ficou em segundo lugar, utilizada por 28 participantes.</p><p>Os autores atribuíram os principais desvios de precisão a "erros sistemáticos e/ou aleatórios", possivelmente relacionados ao armazenamento inadequado das amostras e à inconsistência na pesagem. Eles alertam, por exemplo, que tanto a amostra quanto o cadinho (recipiente de pesagem) podem absorver umidade após saírem do forno ou liofilizador. Por isso, recomenda-se o uso de dessecadores antes e depois da secagem, além de garantir que a pesagem ocorra à temperatura ambiente para evitar erros de flutuabilidade.</p><p> </p><h2>Importância da umidade na medição</h2><p><br>Walter Brent Wilson, químico pesquisador do NIST e coautor do relatório, explicou que a medição da umidade é essencial porque a legislação federal determina os limites de canabinoides com base no peso seco da planta. Da mesma forma, os limites de segurança para metais pesados e contaminantes também se baseiam na massa seca. “Erros na medição da umidade afetam diretamente a exatidão desses parâmetros críticos”, afirmou.</p><p>Wilson acrescentou que, com o aumento do uso de canabinoides em suplementos vendidos sem receita, é fundamental que os laboratórios calibrem corretamente seus métodos de análise, especialmente no caso de compostos potencialmente tóxicos.</p><p> </p><p><i><strong>Com informações de </strong></i><a target="_blank" rel="noopener noreferrer" href="https://www.marijuanamoment.net/cannabis-industry-should-develop-more-consistent-drying-methods-federal-science-agency-says/"><i><strong>MarijuanaMoment</strong></i></a></p>