Autismo no Brasil: AMA foi essencial para o conhecimento

  • Redação
Atualizado: 17 abril, 2025 07:04
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Certamente você conhece alguma mãe que transformou seu mundo por um filho. A história de Ana Maria S. Ros de Mello é um poderoso testemunho da força do amor materno e da capacidade humana de transformar desafios pessoais em movimentos de impacto social. Engenheira naval de formação, Ana foi a primeira mulher engenheira naval da escola politécnica da USP. Ana nunca imaginou que sua vida tomaria um rumo tão inesperado. Sorri ao lembrar da época de estudos: 'Quando me falaram que era impossível, ou até proibido, uma mulher ser engenheira naval, eu fui ainda mais atrás e consegui'. Antes de ter seu quarto filho diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista e fundar a AMA – Associação de Amigos do Autista.
TEA na família: a busca pelo diagnóstico e a luta por informações No entanto, o diagnóstico de Guilherme, na época com quatro anos, a impulsionou a uma jornada de busca por conhecimento, apoio e, finalmente, à criação de uma organização que hoje beneficia inúmeras famílias.
A fundação da AMA: Trabalho desde 1983 E então, junto com outros pais, Ana fundou em São Paulo a AMA – Associação de Amigos do Autista, em 8 de agosto de 1983. 'Era uma necessidade que existia de um grupo de pais, muitos deles com filhos pequenos recém diagnosticados, de encontrar um espaço para compartilhar experiências, aprender sobre o autismo e buscar soluções para as dificuldades enfrentadas'. O que começou como um grupo de apoio logo se transformou em uma instituição que promove eventos e dissemina informações sobre o TEA para um público amplo, inclusive com a participação de especialistas de todo o mundo. 'O papel da AMA no desenvolvimento do conhecimento sobre o autismo foi de extrema importância, é fundamental as pessoas conhecerem a história da AMA, pois nossa história contribuiu para que o autismo hoje seja familiar a todos'.
XXII Encontro de Amigos pelo Autismo: 7 e 8 de agosto Para Ana, a atuação da AMA é fundamental, pois promove a inclusão social e melhora a qualidade de vida dos indivíduos com TEA e de suas famílias. E ainda que a AMA já tenha conquistado um espaço significativo no cenário do autismo, Ana Maria Melo permanece uma aprendiz constante e busca incessantemente expandir seus conhecimentos. Em agosto, a entidade realiza o XXII Encontro de Amigos pelo Autismo nos dias 7 e 8 de agosto.
Cannabis e autismo Atualmente, o interesse de Ana se volta para novas pesquisas em tratamentos para o TEA. E os estudos científicos sobre o uso da Cannabis como tratamento complementar para o autismo. Para ela, este é um tema que exige cautela e embasamento científico, mas que tem despertado o interesse de muitos pais e profissionais da área. 'Temos alguns assistidos na AMA, que usando a medicação à base da Cannabis, diminuíram as crises epiléticas. São importantes as pesquisas sobre o tema e estou aberta a discutir e ouvir mais sobre. Tudo o que é tratado com respeito me interessa'.
TEA: conheça um panorama das pesquisas científicas A utilização da Cannabis medicinal em pacientes com autismo é uma área de estudo ainda em desenvolvimento. Alguns estudos preliminares sugerem que compostos da Cannabis, como o Canabidiol (CBD), podem auxiliar no alívio de alguns sintomas associados ao TEA, como a ansiedade, a irritabilidade e os distúrbios do sono. No entanto, é crucial ressaltar que a pesquisa é limitada e que os resultados são variáveis.
CBD e THC A Cannabis contém compostos ativos, sendo os mais estudados o THC e o Canabidiol (CBD). O CBD tem se destacado por suas propriedades ansiolíticas e anticonvulsivantes.
As famílias relataram melhorias significativas em comportamentos, como redução de crises de irritabilidade e ganho em interação social. Os médicos também notaram que o uso de canabinoides ajudou a melhorar a qualidade de vida dos pacientes, permitindo uma maior autonomia e interações sociais mais construtivas.
Mas, assim como Ana já sinalizou, apesar dos potenciais benefícios, a pesquisa sobre o uso de Cannabis para o tratamento de autismo ainda deve, e precisa, crescer.
Independente de estar nas comemorações do mês de abril é imprescindível para nós do portal Cannabis & Saúde conhecer histórias inspiradoras e transformadoras como a de Ana. Relatos como o de Ana, e de tantas outras mães, provam que nenhuma força é maior que a materna e demonstram o poder da resiliência e da mudança, enriquecendo nossa compreensão sobre a experiência humana. E os desdobramentos que podem conectar com os benefícios da Cannabis medicinal.
É importante destacar que, no Brasil, o uso de Cannabis medicinal é legal apenas com a orientação e prescrição de um profissional de saúde qualificado. Caso esteja interessado em iniciar um tratamento com canabinoides, é crucial buscar um especialista com experiência nesse setor.
Fonte: Cannabis e Saúde.
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