Brasil é destaque em relatório global com casos de sucesso no uso de cannabis contra a dor
Atualizado: 31 maio, 2025 20:19 <p>A dor crônica refratária (DCR) orofacial é uma condição médica persistente, que não responde aos tratamentos convencionais e afeta significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Diversas causas podem estar associadas a essa condição, como doenças neurológicas, infecciosas e autoimunes.</p><p>Um <a target="_blank" rel="noopener noreferrer" href="https://karger.com/mca/article/doi/10.1159/000545294/927584/International-Medical-Cannabis-Conference">relatório publicado no periódico Karger</a>, com base na Conferência Internacional de Cannabis Medicinal da Universidade de Berna (2025), reúne evidências clínicas promissoras sobre o uso da cannabis medicinal para dor crônica, com destaque para um artigo da Dra. Cynthia De Carlo.</p><p>"O mundo científico internacional tem voltado seus olhos com grande interesse e credibilidade para as pesquisas e os profissionais brasileiros, que vêm apresentando resultados positivos e promissores no uso da cannabis medicinal no tratamento da dor orofacial — uma área ainda pouco explorada até então", comenta De Carlo.</p><p>Segundo a doutora, esse avanço coloca o Brasil em uma posição de destaque, conferindo respaldo aos pesquisadores e pressionando conselhos e órgãos regulatórios a reconhecerem que a terapia é, de fato, eficaz e benéfica. "Também eleva a Odontologia brasileira a um patamar de grande respeito", destaca.<br> </p><h2>Uso da cannabis no tratamento da dor orofacial</h2><p> </p><p>A Dra. Cynthia De Carlo apresentou um caso clínico demonstrando os efeitos positivos da cannabis no tratamento da DCR orofacial. Com base em literatura científica, ela destacou o potencial da planta em restabelecer o equilíbrio físico, emocional e cognitivo, além de aliviar sintomas como estresse e ansiedade.</p><p>Foi apresentado o caso de uma paciente de 40 anos, que buscava alívio para sintomas intensos de dor facial, enxaquecas, dor cervical, estalidos mandibulares, insônia, ansiedade e depressão. Após passar por diversos especialistas e receber o diagnóstico de disfunção temporomandibular (DTM) e bruxismo avançado, iniciou o uso de óleo de cannabis de espectro completo 1500 mg em março de 2021.</p><p>Em julho do mesmo ano, utilizando 0,5 mL do óleo de cannabis, três vezes ao dia, a paciente relatou melhora significativa: “feliz, disposta, sem dores de cabeça, inchaço, estalidos ou dor no pescoço”. Em novembro de 2021, já não fazia uso de medicamentos alopáticos.</p><p> </p><h2>Cannabis também auxilia paciente com síndrome da cauda equina</h2><p> </p><p>Outro caso clínico apresentado no relatório foi desenvolvido por pesquisadores do Centro TRI, de Campinas (SP). Eles relataram o uso de óleo de cannabis com 75 mg/mL de CBD e 9 mg/mL de THC em uma paciente de 36 anos com síndrome da cauda equina (SCE), que sofria com dor neuropática refratária.</p><p>Após um ano de tratamento complementar com cannabis, a paciente relatou uma melhora de 80% na dor e na qualidade de vida, sem efeitos colaterais relatados.</p><p>O relatório também aborda a regulamentação da cannabis medicinal na América Latina, destacando que o Brasil legalizou o uso com controle rígido do teor de THC (< 0,2%). Apesar da menção ao Brasil, os autores da seção são oriundos da Colômbia e dos Estados Unidos.</p>