Cânhamo industrial é destaque brasileiro na Bienal de Arquitetura de Veneza

<p>Uma instalação feita com painéis de cânhamo industrial é um dos destaques da 19ª Exposição Internacional de Arquitetura de La Biennale di Venezia, aberta ao público de 10 de maio a 23 de novembro. O projeto é uma iniciativa do Instituto Humanitas360 (H360).</p><figure class="image image_resized image-style-side" style="width:54.07%;"><img src="https://sechat-images.s3.amazonaws.com/Patricia_fd55336660.jpg" alt="Patricia.jpg" srcset="https://sechat-images.s3.amazonaws.com/thumbnail_Patricia_fd55336660.jpg 104w, https://sechat-images.s3.amazonaws.com/small_Patricia_fd55336660.jpg 333w, https://sechat-images.s3.amazonaws.com/medium_Patricia_fd55336660.jpg 500w, https://sechat-images.s3.amazonaws.com/large_Patricia_fd55336660.jpg 666w" sizes="100vw" width="666"><figcaption>&nbsp;Patrícia Villela Marino, presidente do Instituto Humanitas360 em frente a instalação. Imagem: divulgação</figcaption></figure><p>A proposta busca ampliar o debate sobre o uso do cânhamo na construção civil, destacando seu potencial econômico, ambiental e histórico.</p><p>“Estamos na Bienal de Arquitetura de Veneza para mostrar que a utilização do cânhamo vai além do seu uso medicinal. É o uso industrial no desenvolvimento de uma cadeia produtiva completa para o Brasil — desde a produção, a industrialização, a sua venda — fazendo com que uma economia mais inclusiva e absolutamente respeitosa ao meio ambiente possa ser desenvolvida no país”, afirma Patrícia Villela Marino, presidente do Instituto Humanitas360.</p><p>&nbsp;</p><h2>Instalação une tecnologia, história e sustentabilidade</h2><p>&nbsp;</p><p>Ao entrar na Corderie dell’Arsenale, espaço onde está exposta a instalação, o visitante se depara com um grande painel de LED a quatro metros de altura. O vídeo de cerca de um minuto revela que, nesse mesmo edifício, eram tecidas com cânhamo as longas cordas dos navios mercantes da antiga Veneza.</p><p>O local original, chamado “Casa del Canevo” (ou “Casa do Cânhamo”, em dialeto veneziano), data de 1303 e foi substituído pela estrutura atual em 1585, com 313 metros de comprimento e 21 de largura.</p><p>&nbsp;</p><h2>Sustentabilidade e inovação com base milenar</h2><p>&nbsp;</p><p>O vídeo convida o público a se aproximar da instalação, onde é possível conhecer mais sobre o futuro do cânhamo como material construtivo sustentável. A planta, que acompanha a humanidade há mais de 6 mil anos, tem aplicações diversas, que vão desde a arquitetura até os setores alimentício, medicinal e religioso.</p><p>Dentro da instalação, um monitor de LCD exibe um segundo vídeo, com cerca de quatro minutos, mostrando o processo de fabricação dos painéis de cânhamo utilizados na estrutura. O conteúdo também apresenta outros materiais construtivos derivados da planta e sua presença crescente na arquitetura contemporânea.</p><p>&nbsp;</p><h2>O cânhamo na história da humanidade</h2><p>&nbsp;</p><p>Em uma viagem no tempo, o vídeo aborda descobertas arqueológicas da cultura Jomon, do Japão, que já utilizava o cânhamo em roupas e construções há mais de 6 mil anos. A narrativa percorre os usos da planta em diferentes civilizações e conclui com uma mensagem contundente: o futuro da humanidade pode depender do cânhamo, uma das mais rápidas sequestradoras de carbono atmosférico entre as espécies vegetais conhecidas.</p><p><br>Com informações de Humanistas 360</p>