Atualizado: 13 junho, 2025 07:42 <p>Quando falamos em <a href="https://kayamind.com/flores-de-maconha-buds/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">substâncias psicoativas,</a> o imaginário coletivo muitas vezes associa o termo a riscos, dependência e efeitos colaterais severos. Mas e se disséssemos que existe uma substância considerada por especialistas como a <a href="https://kayamind.com/o-que-e-uso-recreativo/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">droga recreativa</a> mais segura do mundo? De acordo com o <a href="http://www.globaldrugsurvey.com/wp-content/themes/globaldrugsurvey/results/GDS2017_key-findings-report_final.pdf" target="_blank" rel="noreferrer noopener"><em>Global Drug Survey 2017</em>,</a> essa é a posição ocupada pelos cogumelos com <a href="https://kayamind.com/psilocibina-cogumelos-magicos" target="_blank" rel="noreferrer noopener">psilocibina</a>, também conhecidos como “cogumelos mágicos”. A dúvida é: o cogumelo é a droga mais segura para ser consumido? </p>
<p>Mas como assim seguros? E em que contexto essa segurança é avaliada? Neste artigo, vamos explorar o que a ciência diz sobre os cogumelos psicodélicos, o porquê de sua boa reputação quando comparados a outras substâncias e o que isso significa do ponto de vista da saúde pública, da regulamentação e do uso consciente. </p>
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<h2 class="wp-block-heading">Cogumelos mágicos: o que são? </h2>
<p>Antes de mergulhar nos dados e na ciência, vale um breve panorama: os cogumelos psicodélicos são espécies naturais que contêm psilocibina e psilocina, compostos que agem no cérebro humano alterando a percepção da realidade, o humor e o comportamento. São usados há milhares de anos em <a href="https://kayamind.com/cannabis-e-religiao/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">contextos ritualísticos</a> e <a href="https://kayamind.com/maconha-medicinal/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">medicinais</a> por diferentes culturas — e só recentemente a ciência moderna voltou sua atenção para eles com mais seriedade. </p>
<p>Hoje, com o avanço das pesquisas e a redescoberta dos usos terapêuticos dos psicodélicos, os cogumelos ganham cada vez mais espaço em discussões que envolvem <a href="https://kayamind.com/saude-mental/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">saúde mental</a>, <a href="https://kayamind.com/autocuidado-e-equilibro-urbano/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">autocuidado</a> e até espiritualidade. Mas será que, no meio disso tudo, dá pra dizer que são mesmo seguros? </p>
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<h2 class="wp-block-heading">Cogumelo é a droga mais segura para consumo? </h2>
<p>Segundo o Global Drug Survey 2017, sim. O relatório, que é considerado o maior estudo independente sobre uso de drogas no mundo, analisou o comportamento de mais de 120 mil pessoas em 50 países. Entre os dados mais impressionantes está o que aponta os cogumelos com psilocibina como a substância com menor índice de atendimentos médicos de emergência: apenas 0,2% dos usuários relataram ter buscado auxílio médico após o consumo. </p>
<figure class="wp-block-image alignright size-full is-resized"><img fetchpriority="high" decoding="async" width="600" height="450" src="http://kayamind-minio.aqrour.easypanel.host/wordpress/2025/05/Cogumelo-e-a-droga-mais-segura.png" alt="Cogumelo é a droga mais segura" class="wp-image-24420" style="width:400px"/></figure>
<p>Para ter uma ideia, outras substâncias populares apresentaram números muito maiores: </p>
<ul class="wp-block-list">
<li>LSD: 1,0% </li>
<li><a href="https://kayamind.com/terapia-com-mdma/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">MDMA</a> (ecstasy): 1,2% </li>
<li>Cocaína: 1,3% </li>
<li><a href="https://kayamind.com/cervejas-de-maconha/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Álcool:</a> mais de 1,8% </li>
</ul>
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<p>Esses dados sugerem que, mesmo entre os usuários recreativos — que consomem as substâncias fora de contextos clínicos ou supervisionados —, os cogumelos apresentam menos complicações de saúde imediatas. </p>
<p>Mas o que justifica essa diferença? De maneira geral, os especialistas explicam que os cogumelos possuem um baixo potencial de toxicidade física, não provocam dependência química e seus efeitos, apesar de intensos, tendem a passar sozinhos após algumas horas. </p>
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<h3 class="wp-block-heading">O que a ciência diz sobre o cogumelo ser a droga mais segura? </h3>
<p>Com o avanço das pesquisas em psicodélicos nos últimos 10 anos, universidades como <a href="https://www.jhu.edu/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Johns Hopkins,</a> <a href="https://www.imperial.ac.uk/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Imperial College London</a>, <a href="https://www.yale.edu/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Yale</a> e <a href="https://www5.usp.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">USP</a> têm concentrado esforços para estudar os impactos da psilocibina no cérebro humano. </p>
<p>Estudos publicados em periódicos como <em>Neuropsychopharmacology</em>, <em>Nature</em> e <em>Frontiers in Psychiatry</em> reforçam que a psilocibina, quando administrada em doses controladas, pode oferecer benefícios para transtornos como <a href="https://kayamind.com/cannabis-e-depressao/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">depressão</a>, <a href="https://kayamind.com/transtorno-da-ansiedade-generalizada-tag" target="_blank" rel="noreferrer noopener">ansiedade</a>, <a href="https://kayamind.com/cannabis-e-traumas-psicologicos/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TEPT</a> e até <a href="https://kayamind.com/tabaco-historia/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">vício em nicotina</a> e álcool. E o mais importante: esses efeitos positivos têm sido observados com baixíssima ocorrência de efeitos colaterais graves. </p>
<p>Um exemplo recente é o <a href="https://news.yale.edu/2021/07/05/psychedelic-spurs-growth-neural-connections-lost-depression" target="_blank" rel="noreferrer noopener">estudo da <em>Yale School of Medicine</em> (2021)</a>, que demonstrou que a psilocibina produziu conexões neurais mais duradouras no cérebro de pacientes com depressão severa. Já a <a href="https://maps.org/2018/01/23/johns_hopkins_study_of_psilocybin_in_cancer_patients/" target="_blank" rel="noreferrer noopener"><em>Johns Hopkins</em></a> vem liderando pesquisas com psilocibina para cuidados paliativos, com foco na redução da ansiedade em pacientes terminais. </p>
<p>Mas vale um alerta: o ambiente onde o cogumelo é consumido é determinante para o tipo de experiência que será vivida. Muitos dos casos de emergências relatadas em hospitais estão mais ligados à ingestão irresponsável (doses muito altas, contextos inseguros, histórico de doenças mentais) do que à substância em si. </p>
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<h3 class="wp-block-heading">Por que os cogumelos estão voltando ao debate? </h3>
<p>Existem diversos motivos pelos quais os cogumelos estão ganhando popularidade nos últimos anos — e eles vão muito além da curiosidade ou da tendência “naturalista”. </p>
<ol start="1" class="wp-block-list">
<li><strong>Demanda por terapias alternativas</strong>: Há uma crise global de saúde mental e muitos pacientes buscam tratamentos que <a href="https://kayamind.com/fluoxetina-e-cannabis/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">vão além dos antidepressivos convencionais</a>. </li>
<li><strong>Estudos cada vez mais robustos</strong>: As evidências científicas sobre segurança e eficácia estão se multiplicando, inclusive com apoio de governos e <a href="https://kayamind.com/farmacias-de-manipulacao-e-cannabis" target="_blank" rel="noreferrer noopener">empresas farmacêuticas</a>. </li>
<li><strong>Mudança na percepção cultural</strong>: O estigma em torno dos psicodélicos está diminuindo, e eles deixam de ser vistos como “drogas perigosas” para ocuparem o lugar de ferramentas de autoconhecimento e cura. </li>
</ol>
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<h2 class="wp-block-heading">O Brasil está acompanhando esse movimento? </h2>
<p>Sim, mesmo que a passos lentos. Em 2023, a <a href="https://kayamind.com/cannabis-medicinal-na-anvisa/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)</a> concedeu a primeira autorização para um estudo clínico com psilocibina no país. Além disso, diversas universidades brasileiras estão promovendo seminários, grupos de pesquisa e simpósios sobre psicodélicos. </p>
<figure class="wp-block-image alignleft size-full is-resized"><img decoding="async" width="600" height="450" src="http://kayamind-minio.aqrour.easypanel.host/wordpress/2025/05/Brasil-e-canhamo.png" alt="Brasil e cânhamo" class="wp-image-24419" style="width:400px"/></figure>
<p>Na prática, a comercialização e o <a href="https://kayamind.com/auto-cultivo-cannabis/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">cultivo</a> continuam proibidos, mas há uma clara movimentação no campo científico, e o Brasil começa a acompanhar a transformação que já ocorre nos <a href="https://kayamind.com/cannabis-nos-estados-unidos/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">EUA</a>, <a href="https://kayamind.com/cannabis-no-canada/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Canadá</a>, <a href="https://kayamind.com/legalizacao-da-cannabis-na-inglaterra/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Reino Unido</a> e países da União Europeia. </p>
<p>A <a href="https://kayamind.com/descriminalizacao-da-maconha-no-brasil/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">legalização e descriminalização da cannabis medicinal</a>, ainda que limitada, abriu caminhos importantes para o debate sobre o uso terapêutico de substâncias antes estigmatizadas. E os cogumelos psicodélicos estão no centro dessa nova onda de estudos, legislação e possibilidades terapêuticas. </p>
<p>O cogumelo é a droga mais segura – ou uma das drogas – que existem para consumo, especialmente se comparado a substâncias como álcool, cocaína ou mesmo medicamentos de tarja preta. </p>
<p>Mas essa segurança está condicionada a informação, ambiente, preparação e acompanhamento. O uso de psilocibina — seja em contexto terapêutico ou pessoal — não é brincadeira. Ele exige respeito à substância, cuidado com a saúde mental e disposição para refletir sobre os próprios limites. </p>
<p>Se a ciência está indicando um novo caminho, cabe a cada pessoa — e sociedade — decidir como trilhá-lo com consciência, responsabilidade e ética. </p>
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