Como a energia solar pode revolucionar a produção de cannabis
Atualizado: 31 maio, 2025 13:14 <p>Cultivar cerca de dois quilos de cannabis em ambientes fechados pode consumir tanta eletricidade quanto uma casa média dos Estados Unidos usa em um ano. Atualmente, o cultivo de cannabis representa cerca de 1% do consumo anual de eletricidade no país, com projeção de atingir 3% até 2035.</p><p>Em outras palavras, uma operação de cultivo pode demandar tanta energia quanto um data center. Nesse contexto, a geração solar no local surge como uma solução estratégica para reduzir os custos operacionais dos produtores.</p><p> </p><h2>Por que o cultivo indoor consome tanta energia?</h2><p> </p><p>A cannabis é frequentemente cultivada em ambientes fechados para permitir maior controle sobre temperatura, iluminação e umidade. Embora essa abordagem proporcione produtos de maior qualidade, ela demanda dezoito vezes mais energia do que o cultivo ao ar livre.</p><p>O motivo está na necessidade de luz constante e condições atmosféricas específicas. As luzes de cultivo internas geram calor intenso, o que exige sistemas robustos de ar-condicionado, além de desumidificadores e bombas de água em escala comercial para garantir uma irrigação adequada e evitar o crescimento de mofo — um dos maiores desafios nesse tipo de cultivo.</p><p> </p><h2>Impacto energético em cidades americanas</h2><p> </p><p>Os números impressionam. Em Denver (Colorado), houve um aumento de 45% na carga da rede elétrica após a legalização da maconha. Já a Pacific Power Utility, em Portland, reportou sete quedas de energia em instalações de cultivo.</p><p>Para conter o problema, cidades como Boulder (Colorado) e Arcata (Califórnia) implementaram tarifas específicas ou impostos elevados sobre consumo excessivo de energia. Estados como Connecticut, onde a cannabis foi recentemente legalizada, enfrentam um dilema: promover o mercado legal sem agravar os altos custos de eletricidade.</p><p> </p><h2>Como tornar o cultivo de cannabis mais sustentável?</h2><p> </p><p>Produtores podem aumentar sua margem de lucro ao integrar sistemas de geração solar e armazenamento de energia. A empresa Solar Cannabis Company, sediada em Massachusetts, é um exemplo de sucesso: implementou uma microrrede capaz de alimentar suas operações com mais de 5 megawatts de energia solar, reduzindo em 40% o consumo energético previsto e em 60% as emissões de carbono.</p><p>Além disso, instalações que adotam baterias como fonte de backup se beneficiam de maior proteção contra perdas de colheitas causadas por quedas de energia, evitando prejuízos mesmo em interrupções breves.</p><p> </p><h2>O apelo comercial do cultivo sustentável de cannabis</h2><p> </p><p>Adotar práticas sustentáveis traz ganhos além da economia. Um estudo revelou que a pegada de carbono de quase 1 kg de cannabis é equivalente a 4,6 kg de dióxido de carbono — o mesmo que um carro médio emite por ano.</p><p>Cada vez mais, consumidores priorizam produtos de empresas ecologicamente responsáveis. Anunciar que a cannabis foi cultivada com energia solar pode se tornar um diferencial competitivo no mercado.</p><p> </p><p><i><strong>Conteúdo publicado originalmente por </strong></i><a target="_blank" rel="noopener noreferrer" href="https://elplanteo.com/cultivo-de-cannabis-sostenible-energia-solar/"><i><strong>El Planteo</strong></i></a></p>