Demanda por CBD no Brasil deve crescer 500% até 2030 — e o cânhamo pode suprir o mercado

  • Redação
Atualizado: 12 julho, 2025 15:39
<p>A demanda por medicamentos, tecidos, papéis, alimentos e insumos para a construção civil à base de cânhamo deve crescer exponencialmente até 2030.</p><p>Um dos destaques desse movimento é o mercado nacional de canabidiol (CBD), que pode expandir em quase 500% em relação a 2023, ano em que 430 mil pacientes utilizaram 4,05 toneladas da substância. A previsão é que o Brasil chegue a 2,1 milhões de pacientes em tratamento com CBD, exigindo 20 toneladas do composto extraído da planta.</p><p>Os dados são do relatório “<a target="_blank" rel="noopener noreferrer" href="https://escolhas.org/wp-content/uploads/2025/06/RelatorioTecnico_Canhamo.pdf">O que o Brasil ganha com o cultivo do cânhamo?</a>”, elaborado pela Biodendro Consultoria Florestal e publicado pelo Instituto Escolhas em maio de 2025. O documento analisa a viabilidade do cultivo de cânhamo no Brasil e destaca os benefícios econômicos, sociais e ambientais da planta.</p><p>Além disso, o relatório aborda a regulamentação atual, as potencialidades de mercado e o aproveitamento de diferentes partes da planta, como fibras, sementes e flores ricas em CBD.</p><p>&nbsp;</p><h2>Investimentos podem gerar milhares de empregos e reduzir emissão de CO₂</h2><p>&nbsp;</p><p>De acordo com o estudo, atender à demanda nacional por produtos derivados do cânhamo até 2030 exigirá um investimento de R$ 1,23 bilhão e o plantio de 64.103 hectares da planta.</p><p>Com essa estrutura, o país poderá gerar 14.485 empregos, alcançando uma receita liquida de R$ 5,76 bilhões - o equivalente a 4,7 vezes o valor investido. O Investimento também pode capturar 1,1 milhão de toneladas de CO₂ por safra, contribuindo significativamente para a agenda climática. &nbsp;</p><p>O Brasil tem alto potencial de expansão do cultivo sem desmatamento. Segundo a Embrapa, existem 28 milhões de hectares de pastagens degradadas no país, com potencial agrícola. O plantio proposto de 64 mil hectares representaria apenas 0,23% dessa área disponível.</p><p>&nbsp;</p><h2>Expansão internacional dos mercados de sementes e fibras de cânhamo</h2><p>&nbsp;</p><p>Além da indústria farmacêutica, outros segmentos do mercado de cânhamo devem crescer significativamente:</p><p>- O mercado internacional de sementes, utilizadas pela indústria de alimentos, deve crescer 264% entre 2023 e 2030.</p><p>- O mercado global de fibras, usadas na produção de papéis, tecidos e biocompostos, deve ter um crescimento de 26% no mesmo período.</p><p>&nbsp;</p><h2>Cânhamo é mais rentável e sustentável que culturas agrícolas tradicionais</h2><p>&nbsp;</p><p>Outro ponto destacado pelo documento é a ligeira vantagem do cânhamo em relação a culturas tradicionais. Na produção de fibras, por exemplo, o retorno sobre o investimento ultrapassa 100%, e a planta pode ser cultivada sem o uso de agrotóxicos — ao contrário do algodão, que apresenta retorno de apenas 49% e exige 28 litros de defensivos agrícolas por hectare.</p><p>Na produção de sementes, o desempenho também é superior. A receita líquida média do cânhamo atinge 165% sobre o investimento, enquanto a soja retorna 46%, o milho 61%, o girassol 48%, o gergelim 68% e a canola apenas 39%. Esses números reforçam o potencial econômico do cânhamo como uma alternativa altamente competitiva e sustentável para o agronegócio brasileiro.</p><p>&nbsp;</p><h2>O Brasil precisa rever o limite legal de THC</h2><p>&nbsp;</p><p>Um dos principais obstáculos regulatórios é o limite de 0,3% de THC proposto pela regulamentação do cultivo que deve ser publicada pelo Governo ainda este ano. O estudo sugere a elevação para 1%, o que seria crucial para a produção em regiões tropicais, onde o clima favorece naturalmente o aumento do teor de THC.</p><p>Com esse ajuste, seria possível cultivar variedades com até 22% de CBD (contra os atuais 6,6%), resultando em receitas líquidas muito superiores.</p>
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