Dráulio Araújo no TEDx Amazônia: a integração entre ciência, medicina e saberes tradicionais
- Redação

Foi em plena floresta, ou melhor, na sua representação simbólica mais potente que o neurocientista Dráulio Araújo subiu ao palco do TEDx Amazônia, realizado em Manaus, para apresentar não apenas dados científicos, mas uma convocação ética: está na hora de olharmos com mais seriedade para aquilo que a natureza já oferece há milênios. E não, não se trata de um convite ao misticismo, mas a uma integração necessária entre ciência, medicina e saberes tradicionais.
Em sua fala, Dráulio destacou os avanços da pesquisa brasileira sobre o uso da ayahuasca no tratamento de transtornos mentais, especialmente a depressão resistente aos antidepressivos convencionais.
Segundo ele, os resultados não apenas surpreendem, mas convidam à humildade. Como explicar que uma substância ancestral, utilizada em rituais indígenas há séculos, tenha impactos terapêuticos tão profundos e rápidos?
Mas foi quando comparou o acesso a esse tipo de tratamento às chances de ganhar na Mega-Sena que a plateia foi tomada pelo silêncio reflexivo. O que parecia, à primeira vista, uma metáfora inusitada, revelou-se um alerta: a raridade com que pacientes têm acesso a terapias psicodélicas como a ayahuasca ainda é um reflexo do preconceito institucionalizado e, talvez, do abismo entre o conhecimento acadêmico e as práticas tradicionais.
A fala de Dráulio é um marco, sobretudo por vir de alguém com sólida formação científica e reconhecimento internacional. Ele não propõe uma substituição, mas uma integração: 'É tempo de ampliar o olhar', como ele mesmo pontua. De entender que a saúde mental não se resolve apenas com fórmulas químicas, mas com escuta, contexto e conexão, inclusive com a natureza.
No TEDx Amazônia, mais do que relatar descobertas, Dráulio Araújo desenhou um novo horizonte para a medicina: um onde o cuidado é holístico, a escuta é plural e o futuro da ciência pode muito bem passar por uma xícara de chá servido em roda, à luz da floresta.
Fonte: Sechat.
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