Estudo inédito analisa os benefícios da cannabis no tratamento do Alzheimer
- Redação

Há questões que a ciência ainda não respondeu, mas que ressoam nas vidas de muitas famílias. O Alzheimer, com seu percurso de esquecimentos e silêncios, apresenta desafios que ultrapassam a esfera médica, atingindo o cerne do que significa lembrar e ser lembrado.
E se a resposta estiver onde o preconceito costumava existir? E se a esperança brotar da natureza? São diversos os questionamentos quando se aborda a pesquisa da cannabis medicinal, rompendo as barreiras ainda existentes.
A Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ) tem se dedicado a isso por meio de um estudo inovador, chamado CANTAD, que busca trazer à luz um novo horizonte terapêutico no tratamento do Alzheimer.
Pela primeira vez no Brasil, um ensaio clínico com metodologia rigorosa está investigando o impacto do extrato de cannabis balanceado - combinando canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC) - na redução da agitação em pacientes com Alzheimer moderado.
A pesquisa, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), é liderada pela dedicada pesquisadora Tereza Raquel Xavier Viana, sob orientação do Dr. José Eduardo Martinelli e coorientação do Prof. Dr. Ivan Aprahamian, com apoio da equipe de Geriatria da FMJ.
O potencial terapêutico da cannabis no Alzheimer
A proposta é ambiciosa: oferecer uma alternativa aos tratamentos convencionais e entender se o equilíbrio entre CBD e THC pode trazer benefícios reais para pacientes que enfrentam os desafios do Alzheimer.
A pesquisadora menciona que estudos apontam que o uso isolado de CBD pode ser benéfico, mas a presença do THC pode oferecer um efeito mais robusto no tratamento dos sintomas neuropsiquiátricos da doença de Alzheimer.
Até o momento, apenas um estudo similar foi realizado em Israel, com resultados promissores. Agora, o Brasil se une a essa busca por novas possibilidades.
Cannabis medicinal x regulamentação: uma eterna busca
Quando se trata de estudos científicos sobre a cannabis como medicamento, a regulamentação no Brasil ainda é um desafio, especialmente em relação às pesquisas clínicas.
Segundo Tereza, o processo de aprovação exigiu uma análise rigorosa e o acesso à cannabis para pesquisa ainda é burocrático. Ela destaca a necessidade de superar o estigma social para facilitar avanços científicos na área.
Como participar do estudo?
As inscrições para a pré-seleção de pacientes já estão abertas. Basta preencher o formulário disponível. Se conhecer alguém que possa se beneficiar desse estudo, essa pode ser a oportunidade de melhorar a qualidade de vida de quem enfrenta os desafios dessa doença.
O recrutamento será feito no Ambulatório de Geriatria da FMJ. Entre os critérios de inclusão, estão: diagnóstico confirmado de Alzheimer moderado, idade acima de 60 anos e presença de um cuidador responsável.
Geriatria e cannabis: um respiro na qualidade de vida
Sobre o futuro das pesquisas sobre a cannabis medicinal no Brasil, a pesquisadora acredita que na Geriatria, a cannabis pode representar uma alternativa promissora, principalmente no manejo de sintomas como dores crônicas, insônia, ansiedade e neuroinflamação, proporcionando mais qualidade de vida aos idosos.
Na interseção entre a ciência e a natureza, há sempre um caminho a ser explorado e, quem sabe, uma nova memória a ser preservada.
Fonte: Sechat.
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