Estudo no Missouri avança terapia psicodélica para veteranos com estresse pós-traumático

Os legisladores do Missouri estão considerando financiar um estudo sobre o uso de psilocibina, presente nos 'cogumelos mágicos', no tratamento de veteranos militares com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), depressão e dependência de substâncias. A medida busca alternativas eficazes às terapias tradicionais, visando apresentar resultados mais satisfatórios.

Projetos semelhantes foram apresentados nos últimos três anos, sendo aprovados pela Câmara dos Representantes em 2023, porém sem avanço no Senado. A nova tentativa propõe destinar US$ 3 milhões para pesquisas sobre a psilocibina em parceria com hospitais universitários ou centros médicos do Departamento de Assuntos de Veteranos dos EUA.

Membros do Comitê de Veteranos da Câmara, inicialmente céticos, mudaram de opinião após analisarem estudos da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis. A instituição foi pioneira ao administrar legalmente doses de psilocibina em 2019, utilizando técnicas de imagem cerebral para avaliar seus efeitos. O deputado estadual Richard West, patrocinador da proposta, ressaltou sua confiança na eficácia desse tratamento, mesmo sendo inicialmente contrário à ideia devido à sua experiência como ex-policial.

O estado do Missouri enfrenta uma alta taxa de suicídio entre veteranos, evidenciando a necessidade de novas abordagens terapêuticas. Durante a audiência, diversos veteranos compartilharam suas experiências, destacando a ineficácia do tratamento atual. O estudo pode representar uma oportunidade de avanço significativo na busca por tratamentos mais eficazes para transtornos mentais severos.

Outros estados americanos têm avançado na regulamentação de terapias psicodélicas. O Oregon, por exemplo, legalizou o uso de psilocibina para tratar depressão grave e TEPT. A FDA concedeu à psilocibina o status de 'terapia inovadora' para transtorno depressivo maior, facilitando ensaios clínicos. Contudo, desafios ainda persistem, como a rejeição do FDA em 2024 ao MDMA como tratamento para TEPT. A necessidade de pesquisas rigorosas e regulamentações claras é evidente antes da adoção em larga escala dessas terapias.