Justiça suspende canabidiol de criança com doença rara em MG
Redação
Atualizado: 13 julho, 2025 21:32
<p data-start="725" data-end="1022">O fornecimento de um medicamento à base de canabidiol foi suspenso pela Justiça para uma criança de oito anos, moradora de Varginha (MG), diagnosticada com polimicrogiria, uma rara malformação genética do sistema nervoso central. A informação foi divulgada pelo<a target="_blank" rel="noopener noreferrer" href="https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2025/06/01/justica-suspende-medicamento-a-base-de-canabidiol-para-tratamento-de-menino-com-sindrome-rara-em-mg.ghtml"> <strong data-start="987" data-end="1002">G1 Varginha</strong></a> neste domingo (1º).</p><p data-start="1024" data-end="1311">De acordo com a reportagem, Hugo utilizava o remédio desde os dois anos de idade para controlar crises convulsivas diárias. A interrupção do fornecimento, que era feito pelo Estado, ocorreu em fevereiro deste ano, surpreendendo a família e comprometendo a rotina de tratamento do menino.</p><p data-start="1024" data-end="1311"> </p><h3 data-start="1313" data-end="1361">Medicamento controlava até 80 crises diárias</h3><p data-start="1313" data-end="1361"> </p><p data-start="1363" data-end="1568">Segundo os pais, antes de iniciar o uso do canabidiol, Hugo apresentava até 80 convulsões por dia. Com o uso regular da substância, esse número caiu para cerca de uma crise diária, conforme relatado ao G1.</p><p data-start="1570" data-end="1663">O pai, Edmilson Lima Caixeta, afirmou que a decisão judicial coloca em risco a vida do filho:</p><p data-start="1570" data-end="1663">“A gente precisa simplesmente de uma medicação que vale a vida dele. Sinceramente, é revoltante”, disse ao G1 Varginha.</p><p data-start="1788" data-end="2030">A mãe, Élina Olímpia Monteiro Cândido, contou que precisou deixar o emprego para cuidar de Hugo em tempo integral. Segundo ela, a compra do medicamento sem ajuda do Estado é inviável para a família, já que os custos chegam a R$ 7.500 por mês.</p><p data-start="1788" data-end="2030">“O frasco custa entre R$ 2.540 e R$ 2.760, e são três por mês. Sem o fornecimento, a gente não tem como manter o tratamento”, afirmou.</p><p data-start="1788" data-end="2030"> </p><h3 data-start="2170" data-end="2215">Decisão judicial contradiz laudo pericial</h3><p data-start="2170" data-end="2215"> </p><p data-start="2217" data-end="2546">Ainda de acordo com o G1, a família acionou a Justiça para garantir o fornecimento contínuo do medicamento. O perito nomeado no processo teria confirmado que o canabidiol é o único tratamento eficaz para o quadro clínico de Hugo. Apesar disso, o juiz responsável pelo caso suspendeu o fornecimento, alegando impacto orçamentário.</p><p data-start="2217" data-end="2546">“Mesmo com o laudo favorável, o juiz entendeu que o fornecimento causaria prejuízo ao orçamento público”, explicou o advogado da família, Rodrigo Souza de Almeida, ao G1.</p><p data-start="2217" data-end="2546"> </p><h3 data-start="2722" data-end="2761">Casa adaptada e vigilância 24 horas</h3><p data-start="2722" data-end="2761"> </p><p data-start="2763" data-end="3033">A rotina da família é marcada por cuidados intensivos. O quarto de Hugo foi adaptado com equipamentos de monitoramento para acompanhar batimentos cardíacos, saturação e outros sinais vitais. A programação de atendimentos médicos e terapias ocupa todos os dias da semana.</p><p data-start="2763" data-end="3033">“Faz muita diferença. A gente tem a prova de que a medicação ajuda muito. É a vida dele que está em jogo”, disse o pai.</p><p data-start="2763" data-end="3033"> </p><h3 data-start="3158" data-end="3235">Canabidiol é autorizado no Brasil, mas produção nacional ainda é proibida</h3><p data-start="3158" data-end="3235"> </p><p data-start="3237" data-end="3503">O uso de medicamentos à base de cannabis é autorizado no Brasil mediante prescrição médica e comprovação de ineficácia de tratamentos convencionais. No entanto, a produção nacional de insumos ainda é proibida, o que encarece o tratamento e impõe barreiras ao acesso.</p><p data-start="3505" data-end="3630">A família agora aguarda novo posicionamento da Justiça e segue mobilizada para garantir a continuidade do tratamento de Hugo.</p>