O Manga Rosa Café e a perseguição aos locais de expressão da cultura da cannabis
- Redação
O fechamento do bar, espaço tradicional da cultura canábica na Vila da Penha, tem gerado indignação entre os frequentadores
Por Monique Prado

Imagem: Reprodução/Instagram @mangarosacafevp
Em 12 de novembro, os donos do Manga Rosa Café, em Vila da Penha, Rio de Janeiro, foram surpreendidos com uma ordem abrupta de fechamento emitida pela Secretaria Municipal de Fazenda, sem justificativa prévia.
Paralelamente, circula uma campanha de fake news que acusa o local de ser ponto de tráfico de armas e drogas, numa clara tentativa de criminalização injusta dos proprietários e frequentadores, usuários de maconha. No entanto, ignoram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que descriminalizou a posse para uso pessoal de até 40 gramas da planta.
Os proprietários já buscaram explicações da Secretaria sobre a interdição e a revogação da licença do bar, porém, até agora, não receberam resposta ou acesso ao processo administrativo que resultou na ordem de fechamento.
Desde o fechamento, os donos têm sido intimidados por policiais na região, que chegam a exigir documentos de identidade dos que tentam acessar o estabelecimento. Além disso, os ensaios do bloco Manga Sativa foram proibidos na área.
Em 2023, o bar foi alvo de uma ação ambiental que acabou por ser considerada improcedente pela Justiça, em um veredito favorável ao local, o que torna a atual decisão da Prefeitura ainda mais questionável.
Inaugurado em 12/09/2020, o Manga Rosa Café se tornou um ponto de encontro de apreciadores de música de diversos estilos, como rock, samba, forró e black music. A última postagem nas redes sociais informa que estão fechados temporariamente, gerando incertezas nos clientes. O não cumprimento da ordem da Prefeitura resultará em multa diária de R$1.138.
Além dos 17 funcionários afetados com a interrupção das atividades, a medida impacta músicos e o comércio local que depende do público do bar, bem como os moradores que agora temem pela segurança da região, antes movimentada e agora deserta.
A vereadora Luciana Boiteux (PSOL) solicitou informações à Gerência Regional de Licenciamento e Fiscalização, responsável pela cassação da licença do estabelecimento, porém, ainda aguarda retorno.
Até quando sofreremos com esse preconceito?
Fonte: Cannabis Monitor.
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