O meio ambiente e o cânhamo
- Redação
Por Konstantin Gerber
A Federação Internacional de Associações de Cânhamo (“FIHO”) recomenda que a regulação do cânhamo o classifique como um produto agrícola, distinguindo os cultivos de acordo com sua finalidade industrial: fibra, grão e flores e folhas do topo.
No momento, o cânhamo faz parte da política agrícola da União Europeia, que requer o uso de sementes certificadas listadas no catálogo de variedades de plantas agrícolas, com teor de tetrahidrocanabinol (“THC”) limitado a 0,3% e inspeção após a floração. Quem cultiva presta um serviço favorável ao clima e ao meio ambiente e é remunerado por isso, promovendo uma prática agrícola benéfica.
O cultivo orgânico de cânhamo pode ser mais vantajoso que o de algodão em monocultura devido ao menor uso de recursos hídricos e pesticidas. Além disso, o cânhamo tem o potencial de melhorar o solo e protegê-lo contra a erosão, desde que cultivado de maneira adequada, por meio de rotação com outras culturas, sem o uso de produtos químicos prejudiciais, favorecendo ainda as abelhas.
O cânhamo tem a capacidade de capturar uma quantidade significativa de carbono, porém, ao considerar a emissão de carbono durante sua decomposição, é fundamental avaliar o impacto ambiental. Sua biodegradabilidade é viável, porém requer tecnologia adequada para o processamento das fibras.
É importante destacar que as práticas de cultivo e processamento do cânhamo são essenciais, conforme ressalta Eduarda Bastián, para validar os benefícios ambientais ao longo de todo o ciclo produtivo e evitar práticas enganosas.
Em diversos países, como na Colômbia, já existem regulamentações que favorecem pequenos produtores associativos de cânhamo, garantindo que parte da produção seja destinada à fabricação de derivados de cannabis por licenciados.
No Brasil, aguarda-se a regulamentação do cânhamo pelo Ministério da Agricultura e pela Anvisa, especialmente para cultivos destinados a insumos farmacêuticos. É crucial garantir assistência técnica à agricultura familiar para promover boas práticas agrícolas.
O cânhamo pode ser utilizado também na produção de energia e biocombustíveis, porém, é fundamental repensar os gastos energéticos em processos produtivos, além de estabelecer metas de descarbonização para impulsionar a transformação ecológica da economia.
Aqueles que contribuem para a captação de carbono e a conservação do solo prestam um serviço ecossistêmico importante. Agricultores familiares, comunidades tradicionais e associações civis recebem prioridade em programas de pagamento de serviços ambientais, visando preservar recursos hídricos e solos por meio de práticas sustentáveis.
Um investimento em políticas ambientais para o cultivo de cânhamo, incentivando pequenas plantações orgânicas e ambientes regulatórios experimentais, pode impulsionar a inovação na produção de insumos farmacêuticos, sementes e produtos duráveis e sustentáveis derivados do cânhamo.

Fonte: Sechat.
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