Os lutos da fibromialgia
- Redação
"
Abrindo caminho para o novo ao deixar o velho para trás

Os lutos da fibromialgia
“Sinto falta de quem eu era antes da fibromialgia.”
Quantas vezes escutamos essa frase, de diversas maneiras. A matéria de hoje fala sobre um processo de transformação: o adeus a si mesmo.
Recentemente vivenciei uma perda significativa, com o falecimento da minha avó. Esse momento de luto intenso me trouxe ao tema desta semana.
Do diagnóstico à primeira mudança
Quando recebemos o diagnóstico de fibromialgia, nem imaginamos o impacto desse momento e o que ele realmente representa. A partir daí, uma jornada desafiadora se inicia.
A personalidade, o corpo, a visão de si mesmo, os limites, as prioridades, a energia, os sonhos, o trabalho, os relacionamentos... tudo começa a se transformar.
Uma parte de nós se vai ali. Porém, aceitar e deixar o passado para trás é um processo gradual e assustador.
Os 5 estágios do processo de mudança
Provavelmente já ouviu falar nos 5 estágios do luto de Elisabeth Kübler-Ross: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. A transição por essas etapas não é linear, e podemos vivenciá-las de forma variada e intensa.
Tenho experimentado esses estágios com relação à minha avó. E percebo como se assemelham ao que enfrentamos ao receber um diagnóstico marcante como o da fibromialgia.
Esses estágios são evidentes nas pessoas que acompanhei ao longo dos 7 anos do projeto De Bem Com a Fibro. Também os vejo em próximos a mim recém-diagnosticados com dor crônica.
Como não resistir à ideia de viver com dor para sempre? Como não se revoltar diante de tal situação desafiadora? Como não tentar fazer acordos para aliviar o sofrimento? Como não se entristecer ao aceitar essa nova realidade?
Por mais difíceis que sejam, esses estágios complexos têm seu propósito. Eles nos conduzem à paz que vem com a aceitação.
Morrer para renascer
Ao aceitarmos, mais uma parte de nós precisa morrer. A pessoa que recebeu o diagnóstico já não existe. Você se transformou, é uma nova versão de si mesmo.
As mudanças fazem parte da vida, mas para quem enfrenta uma doença crônica, elas são urgentes, pois a resistência só prolonga o sofrimento.
A morte dessa pessoa que não sabia sobre sua condição, que lutou e se desesperou, permite seguir em frente. A aceitação é libertadora e marca um novo começo na relação com a doença.
Nesse estágio, a doença faz parte, mas não define quem você é. Você retoma o controle e renasce a partir desse ponto. Surpreenda-se com a pessoa que está se tornando. Belas transformações estão por vir.
O novo se abre quando permitimos que o antigo se vá. Pense sobre isso.
Fonte: Cannalize.
"
Conheça-nos
© 2024 Buscannabis. Todos os direitos reservados.