Rei Charles III utiliza cannabis medicinal no tratamento do câncer
- Redação

O rei Charles III, do Reino Unido, estaria utilizando cannabis medicinal como parte do tratamento contra o câncer, conforme fontes próximas ao Palácio de Buckingham.
Em meio ao tratamento contra o câncer diagnosticado no início de 2024, o monarca Charles III estaria utilizando produtos à base de cannabis medicinal para aliviar os efeitos colaterais da terapia convencional. A informação foi divulgada pelo portal Radar Online, que cita uma fonte próxima ao Palácio de Buckingham.
De acordo com a reportagem, Charles — conhecido por seu histórico de defesa de práticas terapêuticas integrativas — optou por incluir canabinoides em sua rotina de cuidados médicos, com o objetivo de lidar com sintomas como náuseas, dores e perda de apetite, comuns em tratamentos oncológicos. O Palácio não confirmou oficialmente o uso, mas tampouco negou as informações.
O uso medicinal da cannabis é legal no Reino Unido desde 2018, mediante prescrição médica. Pacientes oncológicos têm acesso a medicamentos à base de cannabis tanto no sistema público de saúde (NHS) quanto em clínicas privadas. Estima-se que atualmente cerca de 55 mil britânicos façam uso regular desses produtos com acompanhamento médico, conforme dados do UK Medical Cannabis Registry.
No caso de Charles III, o tratamento acontece em meio a uma reestruturação da agenda real. Desde o anúncio do diagnóstico, o rei tem reduzido significativamente suas aparições públicas, transferindo parte das funções cerimoniais para seu filho, o príncipe William. A ausência frequente de Charles em compromissos oficiais alimenta especulações sobre a gravidade do quadro clínico, cujo tipo e estágio do câncer ainda não foram revelados oficialmente.
A cannabis na história da realeza britânica
Embora possa surpreender parte da população, o uso da cannabis na realeza não é exatamente uma novidade. A rainha Vitória, que reinou de 1837 a 1901, é frequentemente citada por médicos da época como uma usuária de tinturas de cannabis para aliviar cólicas menstruais severas — uma prática comum na medicina vitoriana.
Charles III, ao seguir uma abordagem terapêutica mais ampla, reforça sua imagem de monarca atento às transformações da sociedade e ao avanço da ciência médica. Ele já havia manifestado apoio a tratamentos complementares anteriormente, incluindo fitoterapia e homeopatia, durante seu período como Príncipe de Gales.
Evidências científicas e o uso oncológico da cannabis
Diversos estudos têm demonstrado que os canabinoides, como o THC e o CBD, podem oferecer benefícios para pacientes com câncer. Embora não sejam tratamentos curativos, esses compostos têm se mostrado eficazes na gestão de sintomas relacionados à quimioterapia e radioterapia.
Uma revisão publicada no Journal of Pain and Symptom Management aponta que o uso de cannabis medicinal pode melhorar a qualidade de vida, reduzir dores neuropáticas e melhorar o apetite em pacientes em tratamento oncológico. Ainda assim, especialistas reforçam que mais pesquisas são necessárias para consolidar a segurança e eficácia a longo prazo.
Um novo olhar sobre tratamentos integrativos
O suposto uso de cannabis por um chefe de Estado como Charles III não apenas humaniza a figura real, mas também joga luz sobre a crescente aceitação da planta em contextos terapêuticos antes considerados tabus. Sua escolha — ainda que privada — pode influenciar positivamente a opinião pública sobre o tema, especialmente em um país cuja legislação já permite o uso, mas ainda enfrenta resistências sociais e burocráticas.
Se confirmada, a opção do monarca pode representar um divisor simbólico na forma como governos e sociedades encaram a cannabis medicinal: não mais como uma alternativa marginal, mas como um recurso legítimo dentro de um arsenal terapêutico em constante expansão.
Fonte: Smoke Buddies.
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