Distúrbios alimentares
Os distúrbios alimentares, como a anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno da compulsão alimentar periódica, são transtornos mentais complexos que envolvem hábitos alimentares irregulares e comportamentos disfuncionais em relação à alimentação. Essas condições podem ter um impacto severo na saúde física e emocional dos indivíduos afetados.
A cannabis tem sido estudada por seus potenciais efeitos no apetite e no manejo de sintomas relacionados a distúrbios alimentares. A literatura científica sugere que diferentes compostos da cannabis, como o THC e o CBD, podem tanto estimular quanto inibir o apetite, dependendo da dosagem e do perfil do paciente. Em pacientes com condições graves como câncer ou HIV, onde a perda de apetite é comum devido a tratamentos intensos, a cannabis pode ser considerada como uma opção terapêutica para estimular a fome e melhorar a ingestão alimentar.
No entanto, os resultados dos estudos sobre cannabis e distúrbios alimentares são variados e por vezes contraditórios. Enquanto alguns estudos indicam que a cannabis pode aumentar o apetite, outros não mostram um aumento significativo na ingestão de alimentos ou ganho de peso. Isso ressalta a necessidade de mais pesquisas clínicas para entender melhor como os canabinoides interagem com os sistemas endócrino e nervoso central para influenciar o apetite e os comportamentos alimentares.
Pesquisas têm demonstrado que o Sistema Endocanabinoide (SEC) está intimamente ligado ao controle do apetite e à regulação de hormônios como a grelina, conhecida como o hormônio da fome. O aumento da concentração de anandamida, um neurotransmissor endógeno que interage com os receptores canabinoides, pode estar relacionado ao desenvolvimento de compulsões alimentares.
Estudos mais recentes, como os da Can-Fite Bio Pharma, mostram que certas frações do CBD podem ter potencial para inibir a expansão de células de gordura humano, o que poderia ter implicações no tratamento de condições como obesidade relacionada a transtornos alimentares.
Em resumo, enquanto há indícios promissores sobre o papel da cannabis no tratamento de distúrbios alimentares, é crucial continuar investigando para entender melhor seus mecanismos de ação e determinar quais pacientes podem se beneficiar mais desses tratamentos.
Artigos relacionados
https://www.psychiatry.org/patients-families/eating-disorders/what-are-eating-disorders https://iocdf.org/expert-opinions/expert-opinion-eating-disorders-and-ocd/ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7347041/ https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/eat.22173 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21718968/ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32240516/ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32449448/ https://jeatdisord.biomedcentral.com/articles/10.1186/s40337-023-00887-9