Dor crônica
A primeira definição de dor crônica recomendada pelo Subcomitê de Taxonomia e aceita pelo Conselho da Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) caracteriza a patologia como “uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada a uma lesão tecidual real ou potencial, ou descrita nos termos de tal lesão”. Essa definição foi aceita por órgãos governamentais, não-governamentais, pela Organização Mundial de Saúde e por profissionais da área.
Na dor crônica, o sistema nervoso recebe um sinal constante de dor do corpo, que pode durar anos. Essa dor frequentemente afeta os hábitos de vida diários das pessoas, causando insônia ou má qualidade do sono, irritabilidade, depressão, alterações de humor, ansiedade, fadiga e perda de interesse pelas atividades rotineiras. Devido à conexão entre psicologia e fisiologia, o tratamento da dor crônica muitas vezes inclui a administração de canabinoides como THC e CBD.
Em julho de 2019, um grupo de cientistas da Universidade de Guelph, no Canadá, realizou um estudo para identificar as moléculas da cannabis que poderiam ajudar a combater a dor. No estudo, publicado pela revista Phytochemistry, os pesquisadores explicam como usaram uma combinação genômica e bioquímica para descobrir de que forma a planta produz canflavina A e canflavina B, duas moléculas que são 30 vezes mais eficazes no combate à inflamação do que a aspirina.
Já o estudo brasileiro “Uso de canabinoides na dor crônica e em cuidados paliativos”, realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e publicado na Revista Brasileira de Anestesiologia em 2008, mostrou que o THC puro e seus análogos apresentam aplicabilidade clínica, demonstrando benefícios contra diversos tipos de dor, incluindo a neuropática.
Considerada uma das patologias com mais estudos atualmente, uma revisão sistemática intitulada “Cannabis sativa – Uso de fitocanabinoides para o tratamento da Dor Crônica”, extraída de artigos de bancos de dados como SciELO, PubMed, Lilacs e Google Acadêmico, revelou que, entre os 54 estudos encontrados, 22 foram utilizados como referência após seleção de dados importantes sobre o tema. A maioria sugere eficácia na redução da dor e da alodinia (dor induzida por estímulos que geralmente não causam desconforto), além de demonstrar alta tolerabilidade e efeitos adversos considerados de leves a moderados, que não prejudicam significativamente as atividades do cotidiano. Ou seja, a modulação do CBD sobre o THC reduz significativamente as dores crônicas, segundo as pesquisas.
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